Prosseguindo com o desenvolvimento da percepção como conhecimento, em Linguagem e psicoterapia gestaltista, explico a percepção como contexto para a construção e formação da linguagem. A linguagem decorre da percepção. Ela não é, como afirmam alguns teóricos, estruturante de realidades. O processo de formação da linguagem é perceptivo, portanto, fundamentalmente psicológico, garantido por estruturas neurológicas. Essa isomorfia entre o neurológico e o psicológico assegura os processos perceptivos. A linguagem, como tudo que nos constitui, nos é transmitida por referenciais apreendidos perceptivamente. Falamos porque percebemos e somos percebidos. No início do processo de formação e aquisição da linguagem, ela é um processo completamente individualizado, com significados específicos e expressivos das percepções, categorizações individuais. Na continuidade do processo de desenvolvimento motor e verbal, a linguagem é organizada segundo os contextos, as categorias estruturantes das percepções, das relações estabelecidas e assim ela simboliza e constrói imagens. Este livro expressa os desdobramentos do conceito de linguagem e de como ela se estrutura. É mais um referencial para perceber as configurações do humano, os desenhos e trajetórias realizados pelo ser no mundo.