Neste primeiro volume, o pano de fundo é real, mas a proposta de Nelson Cruz, mais do que retomar um episódio do Brasil colônia, é narrar uma angustiante história de amor ao dar vida a Dirceu e Marília, personagens criados pelo poeta Tomás Antônio Gonzaga em seus poemas à amada Maria Dorotéia. Na ficção de Nelson, Dirceu evoca sua amada Marília enquanto segue para o isolamento, em um misto de declaração, memórias e despedida. Em pensamento, beija as mãos de Marília, vê seu desespero, imagina-a saindo a sua procura, enquanto ele, Dirceu, segue em busca de seu maior tesouro. Ao invés de retratar esses importantes personagens como patrimônio de nossa história, Nelson preferiu carregá-los de sentimento e humanidade. Para criar as ilustrações, o autor mergulhou em profunda pesquisa, buscando, sobretudo testemunhos de aventuras protagonizadas ali, e retocando-os com sua interpretação pessoal. Entre suas referências estão obras de Rugendas, August de Saint-Hilaire e aquarelas do Museu da Inconfidência de Ouro Preto.