O tempo passou, você queimou todas as etapas normais, cresceu, enquanto a vida foi lhe proporcionando valiosas experiências. Agora, adulto, dono de suas opiniões, não vai acreditar que, na verdade, inúmeras de suas reações no cotidiano são absolutamente infantis. Tampouco vai aceitar facilmente que seria preciso marcar um encontro com a criança que você foi, para resolver estas questões. No entanto, à medida que se avança na leitura de “Volta ao lar”, John Bradshaw vai tecendo, com extrema habilidade e coerência, a estrutura de uma idéia original e cativante. Segundo o autor, o encontro não seria marcado no passado, pois a criança que você foi é sua contemporânea, vive ali, oculta e mal resolvida debaixo dos disfarces do adulto que sempre-resolve-os-problemas-muito-bem-obrigado. Ou, acuada sob uma variação do mesmo adulto que sempre-precisa-de-quem-resolva-os-problemas-por-favor. Sem dúvida, há muito mais variações disso, como num joguinho de armar, onde se usa incansavelmente as mesmas peças.