Em capítulos concisos, o narrador de 'Antigamente era janeiro' descreve cenas de sua conivência com Diana. O romance se desenvolve em meio a encontros e desencontros, discussões e experiências, e assim se desvelam alguns dos sentimentos mais íntimos do narrador. A prosa de Humberto Mariotti entra no universo de seus personagens e desfia sonhos, pequenos incidentes cotidianos, delírios e fantasias. A narrativa é a um só tempo nítida e indefinida, familiar e estranha, cúmplice e questionadora, e assim se constrói, num passo a passo rápido e implacável um relacionamento que desde o início se havia anunciado improvável. O conflito permeia todo o texto. A memória desata nós, desfaz tramas, desanuvia mistérios. E assim, aos poucos o narrador percebe que é prisioneiro de si mesmo e da relação, e se abre à perspectiva para outros encontros e experiências.