Numa economia capitalista, os impostos não são um simples meio pelo qual são pagos a estrutura do governo e o fornecimento de serviços públicos. São, isto sim, o instrumento mais significativo pelo qual o sistema político põe em prática uma determinada concepção de justiça econômica. No entanto, não se tem feito quase nenhum esforço para integrar importantes obras filosóficas recentes sobre a justiça com os ferinos debates sobre o sistema tributário que se desenrolam no meio político norte-americano e nos círculos que se dedicam à análise das políticas públicas, da economia e do direito. Em O mito da propriedade, Liam Murphy e Thomas Nagel preenchem essa lacuna e nos oferecem o primeiro livro que entende a tributação a partir do ponto de vista da filosofia moral e política contemporânea.