Com humor e autoironia, Jorge Amado passa em revista sua vida extraordinária, em episódios envolventes e vibrantes, dignos de seus melhores romances.Uma bebedeira com Pablo Neruda, uma reunião política com Picasso, uma visita ao bordel ou ao terreiro de candomblé com Carybé ou Dorival Caymmi, os últimos dias de Glauber Rocha - dezenas de cenas como essas são evocadas com ternura e humor por Jorge Amado, que escreveu Navegação de cabotagem (1992) às vésperas de completar oitenta anos. Com a serenidade e a sabedoria de quem viveu as maravilhas e os horrores do século XX, o escritor passa em revista momentos marcantes da sua vida, das paixões de juventude à glória literária mundial, da militância política apaixonada à desilusão com o sonho comunista, transformado em pesadelo totalitário. O exílio, as amizades, os amores, o aprendizado da cultura popular nas fazendas de cacau, nos prostíbulos e nos terreiros de candomblé, tudo isso se mistura nestas páginas vibrantes de humanidade.