Dois formigueiros, duas leituras. Em "O esporro", capítulo central de "Um copo de cólera", Raduan Nassar insinua: "pode até dar fita de cinema", sutileza que Aluízio Abranches não deixou escapar. Mais um formigueiro, três traduções. "As formigas e o fel", para construir seu próprio formigueiro, segue a trilha de Nassar, que traduziu em palavras aspectos ígneos da condição humana, e a de Abranches, que traduziu em imagens as chamas dessa escritura. Assim, este estudo traduz em crítica literária e cinematográfica o diálogo entre as duas obras, os dois formigueiros. Eis, portanto, as duas leituras: uma que analisa simbólica e semanticamente o livro; outra que penetra no filme, desvenda o processo de cinematização e levanta questões fundamentais sobre a teoria do cinema.