A humanidade é um Deus estilhaçado. É um Deus que tropeçou no mundo e que se repartiu em homens atordoados e em mulheres que sangram, é um Deus ácido que se derramou em longos viadutos e criou crostas e crostas de cicatrizes de asfalto sobre a terra, que escorreu como metal derretido que vaza incandescente pelas estradas, em carros com adesivos Foi Deus que me deu, que se estendeu sobre a superfície fina de um planeta com anemia. A humanidade é um Deus que se descama a todo momento e mesmo que a vida siga vencendo, os mortos estão em maioria. Como me entristece e constrange esse interminável e vergonhoso momento em que este garçom enche meu copo, esse silêncio infinito. Esse copo nunca cheio. Esse obrigado tímido e pouco sincero. A forma pouco natural que as pessoas disfarçam quando alguém coloca a senha do cartão. Débito ou credito? Nota fiscal Paulista? Que sentido terá o dinheiro quando César estiver com todas as moedas? Quantos anos ainda[...]