Tomie Ohtake dedicou seu último ano de vida ao estudo de texturas sobre cores, os efeitos de luz e sombra gerados por estas camadas. Em brancos, vermelhos e outras cores, construiu monocromos radiantes, maciços e ainda assim estruturados pela ausência de luz. Isto porque aplicou espessas camadas de tinta, abundantes mesmo, acumuladas ao ponto de fazer do plano da tela uma topografia repleta de acidentes e descontinuidades ao sabor da incidência da luz. É portanto no último conjunto de obras concluído por Tomie Ohtake que encontramos o lado avesso do que já sabíamos sobre sua pesquisa acerca da cor, do gesto e da materialidade da pinturas.