Nesses contos intrigantes, que desbaratinam o leitor, o elemento erótico, em diversas versões, assoma-se na cena quase que o tempo todo. Mas, cuidado! Criadas por um psicanalista, essas histórias não se desprendem da pulsão de morte que nelas se gruda como visgo. Aqui não se encontra uma leitura fácil da realidade. O autor parece rechaçar qualquer forma de idealização alienante que se insinue por trás de narrativas sorridentes, mesmo que um sorriso escancarado force a entrada nos vãos da sua escrita. Deste modo, a própria urdidura de cada enredo acaba por nos trazer efeitos francamente analíticos.