Quando, nos ambientes acadêmicos ou na mídia, o nome de Guy Debord é mencionado, normalmente ele é associado à expressão sociedade do espetáculo, geralmente entendida como o "inevitável domínio da mídia" na contemporaneidade ou o desejo, pretensamente natural, que as pessoas têm de "aparecer". Escapa a essa visão superficial a articulação feita por ele entre a crítica da sociedade do espetáculo e a crítica do processo de mercantilização das relações sociais promovido pelo capitalismo. Além disso, a importância atribuída à cultura para a crítica do espetáculo e da mercantilização quase sempre não é reconhecida. O objetivo do livro Cultura, comunicação e espetáculo é analisar as relações entre a cultura e a comunicação dentro do contexto da sociedade do espetáculo. Os capítulos dialogam com os conceitos desenvolvidos por Guy Debord, além de outros autores vinculados à teoria crítica da sociedade e da comunicação. Os textos procuram compreender a articulação entre a produção cultural, os processos comunicacionais e os mecanismos da dominação social, mas também refletem sobre a possibilidade de a cultura questionar a sociedade do espetáculo, promovendo formas alternativas de comunicação, seja no espaço virtual, seja no espaço real, especialmente no espaço urbano.