O cronista é acima de tudo um observador da sua cidade. Para exercer essa função, ele tem que ter uma capacidade de observação que o permita ver coisas que os outros não viram, conjugada com o domínio das palavras que o permita fazer essa transposição para o papel. Sua grande fonte de inspiração são os jornais e a televisão, com suas narrativas diárias dos dramas mais diversos. Mas ele tem também que ter a sensibilidade para mostrar que, mesmo em uma notícia desagradável e trágica, há um fator humano maior envolvido, como descreve o autor na crônica Velas para Patrícia. Outras vezes, porém, o assunto o procura e o agride em seu ponto de observação como nas crônicas Uma Mulher Triste, Sonhos de Consumo ou Eu e meus Mortos. Quando volta o olhar ao passado, o autor nos traz textos divertidos, como Um Garoto no Carnaval, ou pungentes, como em Hoje vi meu Coração.