A história oral tem o grande mérito de permitir que os fenômenos subjetivos se tornem inteligíveis. Quando um entrevistado nos deixa entrever representações de sua geração, formação ou comunidade, elas devem ser tomadas como fatos, e não como "construções" sem relação com a realidade. Mas, para isso, como nos mostra Verena Alberti, antes de tudo é preciso saber 'ouvir contar'. Sumário: - O lugar da história oral: o fascínio do vivido e as possibilidades de pesquisa - O que documenta a fonte oral: a ação da memória - História oral e terapia: o exemplo alemão - História oral e literatura: questões de fronteira - Além das versões: possibilidades da narrativa em entrevistas de história oral - Dramas da vida: direito e narrativa em entrevistas de Evando Lins e Silva - "Ideia" e "fatos" na entrevista de Afonso Arinos de Melo Franco - Um drama em gente: trajetórias e projetos de Pessoa e seus heterônimos