Transformou-se, a escola, numa máquina de desaprender, numa fábrica de novos bárbaros? Na França, a opinião pública vive hoje um despertar brutal, diante de uma crise escolar talvez sem precedentes na História. O propósito deste livro é analisar fenômenos frequentemente ocultados do público, como a covardia dos professores, dos administradores escolares e dos sindicatos, reunidos numa obstinação voluntária e cúmplice, numa entronização crescente das falsas ciências e dos gadgets pedagógicos, de que a "renovação dos colégios", ainda em andamento malgrado declarações em contrário das autoridades escolares constitui o mais recente avatar. A originalidade deste livro - de enorme oportunidade também no Brasil, cujo sistema escolar enveredou pelos mesmos descaminhos - é a reflexão, solidamente fundamentada, sobre as causas desses erros. O que vem minando a escola é a pedagogia moderna, que parte de uma ideia de tabula rasa e ambiciona educar uma nova humanidade, do mesmo modo que o socialismo alimenta a utopia de construir uma sociedade perfeita. É, na educação, um "socialismo primário", com sua paixão pela irresponsabilidade e pelo coletivo, sua insaciável exigência de igualdade, seu fascínio pelo falso saber e por uma cultura fetiche, tudo concorrendo para a ruína da instrução e para a produção de gerações de selvagens. Sua análise penetrante e suas críticas, frequentemente cáusticas mas irretorquíveis, constituem uma saudável contribuição ao esforço, dos que ainda não se deixaram enredar por esse maquiavélico processo, no sentido de evitar o colapso total da escola. Leitura obrigatória para professores, administradores escolares políticos e, também, para os pais que desejam para seus filhos uma escola eficiente, sadia, a salvo de desastrosas revoluções "pedagógicas".