Os caminhos da linguagem são, por vezes, incertos e plurais. A ambiguidade, a vagueza, a porosidade e a tessitura aberta são nuanças que circundam a linguagem forense, o que enseja cautela em sua aplicação. A seara linguística está intrinsicamente ligada ao papel social de direito, qual seja, a efetivação (ou negação) de direitos e garantias fundamentais. Se utilizada de forma inadequada, a linguagem torna-se um obstáculo à materialização do acesso à justiça, quer seja no seu aspecto formal, quer no seu aspecto material. Embora não se encontre consagrada, explicitamente, na Constituição, a linguagem jurídica acessível é um direito fundamental implícito, porque o discurso jurídico pode ser um vetor de aproximação ou de distanciamento do cidadão em relação ao Direito. Assim, este estudo propõe um repensar do profissional da área jurídica a partir do viés da acessibilidade. Parte-se, então, da premissa de que o discurso deve ser entendido como uma prática social e interacional.