A psicologia analítica, a etnopsiquiatria e a antropologia demonstraram a presença de formas que Jung chamou arquétipos no inconsciente coletivo: núcleos simbólicos presentes nos mitos, nas criações artísticas, nas religiões e nos sonhos, que alimentam e dão continuidade à vida psíquica ao longo das gerações. A psicologia da educação também deve voltar o olhar para captar o pano de fundo arquetípico e simbólico que tornou possível a transmissão educativa no Ocidente. Essa tradição destaca o tema da alma, entendida como princípio da própria identidade pessoal. Diante dos fenômenos da proliferação de informações que circulam em altíssima velocidade, arriscando derrotar a capacidade do indivíduo de decidir e orientar-se e da tendência a acabar com as diferenças para favorecer a produção e o consumo de bens artificiais, a tarefa fundamental de todo percurso formativo e educativo parece ser ajudar as novas gerações a descobrir o gosto pela liberdade pessoal e a assumir sua consequente responsabilidade.