Quando lançou, em agosto de 1973, a primeira edição de PRESENÇA DOS ESTADOS UNIDOS NO BRASIL, Luiz Alberto Moniz Bandeira estava na prisão, no Regimento Marechal Caetano Farias, no Rio de Janeiro, acusado pela Marinha de subversão. Mesmo assim, o livro se tornou um best seller e causou repercussão. Inclusive nos meios militares, já que as contradições entre Brasil e Estados Unidos se tornavam mais gritantes - apesar de o golpe de 1964 ter contado com o respaldo do Departamento de estado e da CIA. Nesta edição, revista e ampliada, Moniz Bandeira faz o mais completo balanço das relações entre o Brasil e os Estados Unidos, mostrando como têm sido alternadamente amistosas e conflitantes. Revela fatos e aspectos até pouco tempo desconhecidos ou abafados da presença norte-americana em território nacional. Analisa as duas maiores nações do continente americano, abarcando o tempo histórico que vai de Brasil Colônia e Brasil Império até o Brasil República, para chegar, depois de atravessar a Era Vargas, à queda de João Goulart. Com base em vastíssima documentação, Moniz Bandeira demonstra que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil não foram tradicionalmente tranqüilas. O governo imperial, no século XIX, suspendeu três vezes (1827, 1847 e 1869) as relações diplomáticas com os Estados Unidos, país do qual grande parte dos brasileiros teve, geralmente, uma percepção bastante crítica e negativa, como um fator de subversão republicana. Por volta de 1849-1854, os dois países quase entraram em guerra por causa da Amazônia. E durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) os Estados Unidos respaldaram o ditador Francisco Solano López, favorecendo o Paraguai contra o Brasil.