O tema da vida é de tal forma indissociável da história do movimento fenomenológico que pode ser considerado, sob vários aspectos, o seu conceito fundamental. Tal constatação e afinidade originária parte da convicção de que a leitura científica não esgota a questão do Lebenswelt, que subjaz como tarefa filosófica praticada por autores como Husserl, Heidegger, Merleau-Ponty, Patocka e Hans Jonas, que se articulam em torno de uma preocupação comum: tematizar a vida mesma, não como conceito operativo, mas como interrogação autenticamente filosófica, ou seja, como pergunta sobre a concepção do ser vivente e sua experiência de mundo. Reconhecendo tal relevância, este livro reúne textos de especialistas no assunto que aceitaram a tarefa de enfrentar a questão decisiva sobre o estatuto ontológico e existencial da vida como conceito em seus diferentes matizes fenomenológicos, ou seja, no modo como a vida aparece e desde o qual pode ser pensada.