Abordando sempre assuntos do dia a dia, falando de si mesma, de sua infância, mocidade, amigos, amores, familiares, a autora impregna tudo que escreve de um grande amor à vida vida simples, cotidiana, sem sofisticação. Com predileção especial pelos temas do afeto, do tempo que passa, e da saudade, dá seu depoimento com sinceridade e emoção. Como todo bom cronista, não é elitista na seleção dos assuntos a tratar. Suas crônicas trazem um leque variado de lembranças das ruas da cidade, dos almoços domingueiros de família, das festas dos colégios, de livros que marcaram sua formação cultural, dos muitos filmes que a impressionaram, das perdas que sofreu ao longo da vida, da convivência rica com intelectuais na juventude, da influência forte da família, cheia de nomes voltados às letras e às artes. Lembranças que surgem sempre associadas a questões atuais, a problemas sociais e políticos nunca resolvidos, ao absurdo da realidade que se desenha à nossa frente.