Durante os "anos de chumbo" da ditadura militar, grupos de oposição ao regime escolheram, como modo de ação, a militância clandestina. Deixando para trás laços de familia, amizade e profissão, os clandestinos abandonavam sua identidade civil, seu nome, por vezes sua aparência física, e mergulhavam na vida miserável dos deserdados e despossuídos. A partir de depoimentos dos seus companheiros de "Ação Popular", a autora emprega os instrumentos conceituais da psicanálise para investigar esta questão, num texto bem armado, bem escrito e muitas vezes comovente.