A grande maioria dos nossos gramáticos e dicionaristas citam exemplos de escritores como exemplo de boa norma, exatamente como fazem os gramáticos latinos, que citam exemplos de Cícero, Virgílio ou Ovídio, como abono de regras gramaticais.Esse equívoco é de natureza dupla. Em primeiro lugar, há a presunção ilegítima de que um escritor tem de escrever de acordo com as regras da gramática normativa. Em segundo lugar, não foi a linguagem dos escritores que sedimentou a norma culta, como se explica neste Manual. O oficio de um escritor não é o de seguir as normas, mas o de subvertê-las.Este livro cita o emprego normativo dos sinais de pontuação, com exemplos vários, mas apresenta também exemplos de desobediência criativa às regras de pontuação, como a pontuação intravocabular, a pontuação interlinear, a pontuação em que pontos, vírgulas, travessões e outros sinais são personagens e não apenas meros sinais gráficos indicativos de pausa ou de entoação.Também aqui se procura explicar por que razão, na linguagem coloquial, o brasileiro repete o sujeito que inicia uma oração, como em "Maria, ela não veio hoje", por exemplo.O livro termina com três tipos de exercícios de pontuação, todos com respostas no final.