Helena Martins analisa a uniformização de ideias e opiniões com base na concentração midiática, nos meios tradicionais e também na internet, através do poder de grupos que impõem suas visões de mundo. A autora demonstra, a partir da concepção de hegemonia e contra-hegemonia política de Antonio Gramsci, que há um forte controle midiático do debate de ideias e uma urgente necessidade de se avançar na democratização das comunicações no sentido de construir uma diversidade ideológica e conquistar uma sociedade mais justa. Nesta obra, a autora desnaturaliza a concepção de neutralidade da tecnologia e aponta os setores sociais que estão no controle da comunicação nacional e internacional: as frações da burguesia, organizadas em grupos econômicos e políticos. Com isto, Helena Martins descreve o modo pelo qual as grandes corporações de comunicação e as tecnologias da informação integram e controlam a sociedade. E questiona a imagem positiva de modernidade e progresso veiculada pela ideologia dominante para a campanha de integração social nas redes de comunicação. A obra aponta que fatos recentes acionaram o sinal de alerta. Em diversos países foram eleitos políticos ultraconservadores, que se valeram da difusão de informações falsas por meio das redes sociais, aplicativos de mensagens e, muitas vezes, do apoio da mídia tradicional para chegar ao poder.