Criar a nação, em seus dezessete estudos específicos — cada um sobre um nome de um país da América Latina, nela convenientemente incluídos Brasil e Haiti — reunidos por José Carlos Chiaramonte, Carlos Marichal e Aimer Granados, é muito mais do que um somatório de notáveis competências de historiadores profissionais. É uma obra que, tanto na autonomia de seus capítulos quanto na forte unidade que os aproxima, retoma clássica e pertinente temática — a das nações, Estados e identidades nacionais — inovada por um sentido de inserção do estudo do passado na contemporaneidade cujo poder e pertinência aqui são sobejamente demonstrados. Trata-se de uma história que, ao mesmo tempo que não se limita à academia, contribui admiravelmente para a dilatação desta como locus de conhecimento, pensamento crítico, logo, de elevada atuação social. O leitor de língua portuguesa, ao qual esta obra agora se apresenta, seguramente saberá dela desfrutar. — JOÃO PAULO PIMENTA, Universidade de São Paulo.