Em que camas andamos a deitar-nos? Eugénia de Vasconcellos deita-nos em quatro camas politicamente incorrectas. Deitamo-nos numa cama de casal, é certo, mas uma cama de casal é para quantos? Quantas vezes nos deitamos a pensar que somos dois e descobrimos que afinal somos três? E se formos quatro? E se uma cama de dois não for sempre a mais feliz das camas? Deitamo-nos em quatro camas. Numas há escândalo, noutras frustrações, em muitas há pecado e culpa. Agora, digam: se uma cama não for uma cama de religião, arte e emoções, se para a cama não levarmos pensamento e os cinco sentidos, poderá essa cama ser uma cama de desejo? A cama em que nos deitamos é antiquíssima. Este é o livro que vai deitá-lo numa cama de bom sexo, colchão e lençóis novíssimos. Eugénia de Vasconcellos nasceu em 1967, em Faro. Espera não morrer, jamais, ainda que as evidências deem a morte por inevitável. É poeta. E entre um poema e outro cabem as crónicas, o ensaio, os contos e o romance. Se tivesse de escolher um poeta, hoje, escolhia três: Camões, Whitman, Herberto Helder. É a poesia quem abre a porta ao futuro. É por isso que a morte não lhe morde os calcanhares. Autora de O Quotidiano a Secar em Verso (poesia), Camas Politicamente Incorrectas da Sexualidade Contemporânea (ensaio), Do Branco ao Negro (conto). Há traduções de obras suas em catalão, alemão, sérvio e romeno.