Em Imperatriz Orquídea, Anchee Min apresenta uma versão sensível e humana da trajetória de uma das mulheres mais odiadas da China: a última imperatriz Tsu Hsi, conhecida como Orquídea. No mesmo estilo biográfico de A construção de madame Mao, também lançado no Brasil pela Rocco, Anchee Min apresenta uma ficção baseada em fatos reais pesquisados em documentos chineses originais. Com riqueza de detalhes, a escritora relata aspectos da vida da mulher que influenciou a política da China durante meio século. A imperatriz Orquídea de Anchee Min em nada se parece com aquela definida nos livros didáticos como sendo um cérebro de pura maldade e intriga. Orquídea usou, sim, de sua beleza para ingressar na Cidade Proibida e de alguns truques e subornos para tornar-se a preferida entre as esposas do imperador Hsien Feng. Mas acabou conquistando-o por sua inteligência e pela maneira pouco convencional de encarar as rígidas normas de etiqueta do mundo imperial. Com um estilo dinâmico, Anchee Min insere fatos históricos na narrativa sobre a vida de Orquídea. A imperatriz nasceu no ano de 1835 em uma família de classe média de Anhwei, a província mais pobre da China. Com a morte do pai, mãe e três filhos foram morar com parentes em Pequim. Como filha mais velha, Orquídea acabou sendo prometida a um primo. Inconformada com a situação, ela encontrou uma maneira de fugir do casamento arranjado: entrou no concurso que escolheria as esposas do imperador Hsien Feng. A felicidade da vitória transformou-se em decepção, ao perceber que não havia muita emoção na vida dentro da Cidade Proibida. Os dias resumiam-se a esperar pelo chamado do imperador. Orquídea, porém, não queria ser apenas mais uma entre as três mil mulheres dispostas a dar à luz um novo herdeiro da Dinastia Ch’ing. Com um pequeno suborno para conseguir o encontro desejado e muita inteligência, ela tornou-se a preferida e deu à luz o único filho homem de Hsien Feng, o que conferiu a Orquídea o título de imperatriz. Com a morte do imperador e o país arruinado financeiramente, deflagrou-se uma batalha pelo poder dentro da Cidade Proibida. Para não deixar o filho perder o posto que lhe pertencia por direito, Orquídea passou a envolver-se ainda mais na política, mas não mais escondida na sombra do imperador. Ao longo da história, Anchee Min revela os sentimentos, as apreensões e os pensamentos de Orquídea sobre tudo que se passava ao redor. E mostra que a força e a determinação foram fundamentais para a sobrevivência da imperatriz na sociedade que considerava a mulher um ser inferior.