O lugar estava tão lotado que era quase impossível movimentar-se. Como era recém-chegado e tinha a aparência de galã de novela, sem muita discrição muitas mulheres o observaram, outras o encararam e algumas se aproximaram e apresentaram-se. Apesar de trocarem poucas palavras, os olhares sedutores e insinuantes que elas dirigiram a ele o fizeram ora sorrir, ora disfarçar o olhar. Afinal, ele acabara de chegar à cidade e não achava certo passar uma imagem distorcida de si àquelas pessoas que ao contrário do que ele imaginara, já sabiam que ele era um jornalista de cidade grande bem conceituado e solteiro. Enquanto corria o olhar por toda a área, subitamente, ele fora surpreendido pela imagem da mulher a quem avistara mais cedo na praia. Numa espécie de cabine montada no palco estava a tal deusa que para sua surpresa era a DJ da noite. Ele a observou mexer nos equipamentos eletrônicos e movimentar o corpo no ritmo das mixagens. Assentado ao bar bebendo apenas refrigerante, pois não era um consumidor de bebidas alcoólicas, ele permaneceu horas imaginando quem seria aquela loira que o fascinara.