Este é o quinto século da era planetária. A irrupção de forças obscuras e bárbaras convive com a mundialização do desejo de vida, de uma qualidade de vida superior. Os indícios de morte e de vida confundem-se. Esta situação agónica não resulta apenas de novas crises que vêm avolumar os conflitos tradicionais. É, antes, um todo que vive de ingredientes conflituais, críticos problemáticos e que encerra em si o principal dos problemas: a impotência da humanidade para se tornar humanidade. A presente obra propõe uma reformulação de pensamento que nos permita conceber todas as coisas no seu contexto e no todo planetário, uma definição das nossas finalidades, enquanto seres terrestres. Privados da certeza da salvação podemos, no entanto, enunciar um evangelho da perdição. A tomada de consciência, por parte da comunidade humana, em relação ao seu destino no planeta Terra deverá constituir o acontecimento-chave do fim do milénio. Estamos solidários neste e com este planeta. É a nossa Terra-Pátria. EDGAR MORIN, director de investigações no CNRS, nasceu em Paris, no ano de 1921. Resistente ao nazismo e ao estalinismo, testemunha da vida política, sociólogo do contemporâneo, artesão de um conhecimento multidimensional dos fenómenos humanos, empenhado desde há vinte anos na elaboração de um "Método", capaz de apreender a complexidade do real. Sócio efectivo do Instituto Piaget. ANNE BRIGITTE KERN, crítica literária e científica, é também escritora e jornalista. Colaboradora do Le Monde, produtora na France-Culture e redactora no Transversales Science/Culture.