Não é como historiadora da filosofia que Hannah Arendt se interessa por Sócrates, mas para compreender o totalitarismo, flagelo absoluto do nosso tempo. Ela vê no filósofo grego a encarnação de atitudes de pensamento e de vida susceptíveis de constituírem antídotos contra a tendência mostrada pelas sociedades contemporâneas para "tornarem os seres humanos supérfluos enquanto seres humanos". Estudar a figura de Sócrates leva Arendt a apreender de uma nova forma o conflito da filosofia ou da moral com a política e a clarificar o conceito controverso de "banalidade do mal". Ao mesmo tempo, este estudo constitui uma introdução privilegiada à obra de uma das filósofas políticas mais originais do século xx. CATHERINE VALLÉE, é professora de filosofia.