Nilo Peçanha, presidente do Brasil entre os anos de 1909 e 1910, nasceu no Rio de Janeiro, em Campos dos Goitacazes, tendo uma origem simples, filho de Sebastião da Padaria. Formado em Direito na Faculdade de Recife, foi também governador e senador pelo Rio de Janeiro, responsável pela assinatura do Convênio de Taubaté. Com sua origem afrodescendente omitida ou mesmo apagada pelo embranquecimento de suas imagens, Nilo Peçanha ilustra parte das contradições da modernidade periférica: enquanto uma pequena parcela da sociedade se aproximava de Paris pelo consumo e pelo acesso aos modernos serviços urbanos, a massa da população era excluída das relações de trabalho assalariadas, vivendo do subemprego e da diferenciação social por justificativas raciais.