Para ler Ibriela você precisa aprender a sangrar sangrar e pulsar na mesma velocidade. Para se manter à beira da borda, já que todos caem Você também tem de aprender a ser floresta, perceber a crescença das coisas, e não ser apenas o animal que só sabe se aproximar com zoom. Aqui, há antropofagia lícita, cuidado! E se não podes ver o absoluto no trivial, não entre. Ela te mantém em fluxos de revolta e poiesis que irrigam os capilares da Paixão. Essa sua paixão por corpo, por luta, por substâncias brutas tornadas sensíveis, para não deixar quebrar a porcelana das coisas invisíveis. Os poemas possuem um veneno secreto e doce, que só arde ao chegar nos capilares sanguíneos mais sutis: nossa pele, nossa retina, nas palavras espinhos que só ela sabe escutar, e assim o poema cumpre sua tarefa de curto-circuito. Ler o Mínimo Tratado da Paixão é uma gloriosa angústia, dessas iras que agem como uma Harmonia Oculta e nos libertam de algo que pesa. (...)