O público de língua portuguesa tem em mãos um livro ousado. A ousadia decorre, em primeiro lugar, do propósito de enfrentar os embaraços históricos e historiográficos, as visões consolidadas do passado que, desde o século XVIII, se não antes, rondam a imaginação histórica do Ocidente - incluindo as culturas que com eles se identificam - e que fazem do paradigma romano, sobretudo de seu período final, uma espécie de meta-história, uma providência terrena que tudo fez, tudo explica e dá sentido a tudo. Em segundo lugar, o livro ousa encarar uma cronologia extensa, 600 anos, a partir de uma geografia ainda mais extensa - toda a bacia mediterrânea com seus múltiplos interiores -, de modo que somos expostos a mundos conhecidos e desconhecidos, a cidades extravagantes, como Constantinopla, Bagdá ou Toledo, e a "sertões" setentrionais - a Eurásia profunda - nos quais se ouvem mais silêncios do que vozes. - Do prefácio André MiatelloO público de língua portuguesa tem em mãos um livro ousado. A ousadia decorre, em primeiro lugar, do propósito de enfrentar os embaraços históricos e historiográficos, as visões consolidadas do passado que, desde o século XVIII, se não antes, rondam a imaginação histórica do Ocidente - incluindo as culturas que com eles se identificam - e que fazem do paradigma romano, sobretudo de seu período final, uma espécie de meta-história, uma providência terrena que tudo fez, tudo explica e dá sentido a tudo. Em segundo lugar, o livro ousa encarar uma cronologia extensa, 600 anos, a partir de uma geografia ainda mais extensa - toda a bacia mediterrânea com seus múltiplos interiores -, de modo que somos expostos a mundos conhecidos e desconhecidos, a cidades extravagantes, como Constantinopla, Bagdá ou Toledo, e a "sertões" setentrionais - a Eurásia profunda - nos quais se ouvem mais silêncios do que vozes. - Do prefácio André Miatello