"Com um texto fluente e aconchegante Luiz Contro desenvolve uma arguta análise das relações entre Psicodrama e Análise Institucional. O autor, além de contra-argumentar ideias de Pontalis e Lourau a respeito do Psicodrama, desenvolve uma visão crítica a respeito do método psicodramático enfocando a sua relação com a pesquisa-ação e a pesquisa intervenção. São estes dois focos inter-relacionados que estão desenvolvidos neste livro. Na visão de Contro, a Análise Institucional e o Psicodrama dividem o campo de trabalho dos grupos, instituições e suas relações. Conceitos como rede sociométrica, correntes psicológicas, matriz socioemocional, protagonista, contextos, projeto dramático, pelo lado do Psicodrama; e implicação, transversalidade, encomenda, demanda, analisador, pelo lado da Análise Institucional, são relacionados nas suas analogias e diferenças. Uma das linhas centrais do livro de Contro se desenvolve na análise sobre o ‘virulento’ texto de Pontalis ‘Um novo curandeiro: J. L. Moreno’, publicado inicialmente em 1954 e depois reeditado em várias ocasiões até 1972. E foi baseado nele que Lourau desenvolveu sua concepção a respeito do Psicodrama como uma psicossociologia alienante. Sessenta e seis anos se passaram e só agora em 2011 surge, entre nós, um texto com uma contra-argumentação sistemática a esta proposição. As velhas críticas ao novo curandeiro teriam sido articuladas em função do quê? Parecem ser tão mal elaboradas. E, se assim foram, por que não foram refutadas antes? Forças potentes alienantes atravessam essas questões e se constituem num desafio para os que trabalham na área. Trabalho no campo de intervenção em instituições de saúde mental. A utilização do Psicodrama é constante e seu referencial é um dos predominantes para mim. Ao ler o texto de Contro, me senti acompanhado na reflexão sobre meu trabalho. Aquilo que às vezes parece ser o impossível - navegar com um pé em cada canoa - se apresenta como uma caixa de ferramentas conceituais e operacionais potente para a criação de acontecimentos e conhecimentos." Pedro Mascarenhas