Liberdade e medo. Leveza e peso. Duas faces da mesma moeda. Buscar o equilíbrio e a razão, o caminho retilíneo, cioso de todas as conquistas alcançadas, visando o futuro com olhos de Prometeu, foge às expectativas do narrador-personagem do livro, espécie de Henri Chinaski, ou qualquer anti-herói beatknik, cujo desejo é justamente o de despir-se de qualquer expectativa, fruir a vida e aceitar as mágoas e prazeres que a liberdade tem a oferecer. Sair do interior, da zona de conforto e da rotina, rumo a Goitacá riviera paradisíaca, eivada pelo dinheiro do turismo, que crispa as tradições caiçaras , à espera de Eva, de uma junção de coisas desencontradas que dessem sentido à vida, eis o périplo extático, sensual, delirante, melancólico e libertador, pelo qual o anti-herói vagueia, tatibitate, descobrindo que o mundo mantém-se irresistivelmente aberto a novas experiências, caminhos inesperados, que ora nos espremem contra o passado, ora nos expulsam para o futuro. [...]