NoViolet Bulawayo nasceu em 1981, no Zimbábue, e fez parte da primeira geração nascida depois da independência oficial do país. Sua infância se passou, portanto, sob um clima de confiança, estabilidade e esperança. Muito diferente do cenário em que vivem Darling, Bastard, Chipo, Godknows, Sbho e Stina, as crianças com nomes peculiares que figuram em Precisamos de novos nomes, seu romance de estreia. Essas crianças a cada dia tentam fugir de Paraíso, o aglomerado de barracos de zinco onde elas e suas famílias vivem desde que suas antigas casas foram demolidas violentamente a mando do governo. As fugas são para perto, para Budapeste, o bairro vizinho onde roubam as goiabas do quintal das casas das famílias brancas e ricas, ou ainda com as brincadeiras que criam para se distrair do cotidiano entediante sem escola nem comida: fingem procurar Bin Laden para ganhar a recompensa do governo americano; criam um jogo em que os países mais poderosos invadem os países menores. As fugas acontecem também quando sentem um misto de vergonha e empolgação ao se aglomerarem ao redor dos carros das ongs que lhes trazem presentes e roupas inadequadas. Mas é a vida de Darling, a protagonista-narradora, que o romance acompanha. A menina de dez anos que conhecemos em suas brincadeiras no Paraíso, sonha com o dia em que morará na América. Esse dia finalmente chega e Darling terá de enfrentar o frio, a saudade de sua família e de seus amigos e a adaptação nesse país que nunca vai se tornar o seu país de fato, mas que mudará seu sotaque, moldará o olhar do mundo e a afastará, irremediavelmente, de sua terra natal.Darling e seus amigos costumam fugir de Paraíso, favela onde vivem com suas famílias desde que suas antigas casas foram demolidas a mando do governo. O destino é Budapeste, bairro vizinho, onde roubam as goiabas do quintal das casas das famílias brancas e ricas, ou o mundo da imaginação, por meio das brincadeiras que criam para se distrair do cotidiano sem escola nem comida. Darling sonha com o dia em que morará nos Estados Unidos. Quando esse dia chega, terá de enfrentar o frio, a saudade de sua família e de seus amigos e a adaptação nesse país que mudará seu sotaque, moldará seu olhar e a afastará, irremediavelmente, de sua terra natal.