Segundo seu autor, Histórias dos pensamentos criminológicos surgiu da idéia de elaborar uma espécie de manual para estudantes de criminologia. Com a obra à mão, o aprendiz teria ferramentas para identificar as raízes do discurso deste ou daquele professor, e, indo além, destacar os princípios políticos e morais desses mesmos discursos. O resultado excede o objetivo inicial. Este livro não interessa apenas aos iniciados em criminologia, instiga toda a família de leitores de pensamento crítico. O assunto é por demais complexo e ramifica-se pelos mais variados campos do conhecimento - direito, ciência política, sociologia, história, filosofia, biologia, antropologia, literatura... É um desfile de autores, opiniões, teorias e investigações acerca da construção do que se pensou ser o crime e, principalmente, o criminoso. São séculos em revista. O marco inicial, a formação do Estado moderno no século XIII. Daí, a criminologia é descrita dentro dos mais diferentes enquadramentos e "ismos" - absolutismo, garantismo, iluminismo, utilitarismo, positivismo, marxismo... Até chegar ao século XX, à teoria da reação social, ao etiquetamento, e, mais recentes, à criminologia crítica e ao atuarialismo. O autor uniu a abrangência do erudito à perspicácia do bom professor e, nas palavras de E. Raúl Zaffaroni, realizou a "longa-metragem da questão penal".