Este livro é metáfora do templo; o templo, metáfora da cidade; a cidade, metáfora de todo lugar de destino e origem; da Mãe-Terra que cria e recria forças, sagradas e profanas, num constante culto à existência. Daí a necessidade de pensar metodologicamente o Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, suas continuidades e rupturas, como um mito metropolitano. Também é preciso contextualizar as implicações pós-modernas desse mito: o uso indiscriminado da mídia; a remodelação de espaços religiosao para o consumo e o entretenimento; a importância do turismo religioso e da religiosidade como forma de lazer; o desenvolvimento urbano numa sociedade de massas. Nada disso pode prescindir de uma leitura fenomenológica de um espaço mítico-religioso tão complexo. Tudo isso esteve aqui presente, com intensidade e sutileza criativa. Afinal, o mito, em sua origem poética, é o nada que é tudo (Fernando Pessoa).