Sob o olhar do direito privado moderno, o mundo é povoado de dois elementos principais: pessoas e coisas. Mais do que uma pesquisa sobre esses pilares do direito privado, trata-se de uma pesquisa sobre o olhar e o dizer. Qual o limite do dizível no discurso jurídico? Quais são os campos de visibilidade possíveis? Quais palavras modulam a visão do jurista e estabelecem a nervura de sua ação? O presente livro tenta responder essas perguntas a partir da análise do discurso de oito decisões judiciais, selecionadas através de pesquisa quantitativa, das Cortes Superiores do Brasil, de 1988 até 2020. O percurso traçado parte da apresentação metodológica fundamentada na arqueologia de Michel Foucault para, em seguida, descrever os enunciados identificados nessas decisões. Esforço de escavação das raízes do atual.