O luar e as histórias de amor nunca estão fora de moda, já dizia o pianista Sam, na canção As time goes by. Existem explicações para isso. No Simpósio de Plantão, Aristófanes arrisca um palpite. Segundo ele, os seres humanos eram hermafroditas tão poderosos e arrogantes que Zeus foi forçado a cortá-los em dois, numa metade masculina e outra feminina. E, desde esse dia, cada um deseja se reunir à metade da qual foi separado. O fato é que essa busca vem gerando obras geniais, como Ensaios de amor, de Alain de Botton. O livro tem um enredo simples como toda boa história de amor. Primeiro, o encontro casual. Num vôo entre Paris e Londres, uma pessoa se senta ao lado do narrador. Havia uma grande chance de ser um chato de galocha. Mas foi Chloe, por quem ele se apaixona, em algum momento entre o controle de passaportes e a alfândega. Esse círculo tão vicioso quanto delicioso é temperado pelo autor com personagens extremamente vivos, humor, gráficos inusitados e citações de Kant, Nietzsche, Pascal, Goethe e Freud. Apesar do título, o livro não tem nada de acadêmico.