Tudo foi dito sobre o amor, mas ainda não era suficiente. A poeta premiada Maria Carpi elimina o sentimentalismo da escrita. Seu sétimo livro - e o primeiro na Escrituras - demorou 23 anos para ser concluído. É um tema que a perseguia desde sua estréia (Nos gerais da dor), na qual já anunciava "o amor não há de vestir-me do nada", e permaneceu suscitando interrogações em sua obra até atingir agora o seu mais alto grau de reflexão. A força de não ter força oferece uma ampla e inédita expressão do sentimento. É capaz de mostrar a vida diferenciada de qualquer pessoa. Difícil não se identificar com achados como "o primeiro amor não é a primeira vez." A autora pouco teme a insensatez e a ousadia de ir contra as regras feitas. Procura encontrar virtudes na espontaneidade: viver com intensidade, sem se preocupar com os efeitos e o desempenho. Ao mesmo tempo, tem uma serenidade camoniana, um apuro raro da voz, sem nunca ceder terreno ao confessionalismo. "Que eu não seja o que eu vivi, mas o que amei", diz um dos versos