Alguém ateou fogo em sete diferentes prédios na região de Mount Hope, na cidade de Providence. Ninguém parece se importar, exceto o repórter Liam Mulligan. Nascido e criado na área, ele conhece pessoalmente cada uma das vítimas e, cínico, não acredita em coincidências. Enquanto tenta descobrir o misterioso incendiário, Mulligan tem que administrar uma vida pessoal caótica, com uma ex-mulher neurótica, um relacionamento com uma colega de trabalho mais nova e uma úlcera crônica. Sem falar no trabalho, onde o seu editor insiste que ele conte a estapafúrdia história de um cão que atravessou o país atrás dos seus donos. Bruce DeSilva cria um personagem carismático e verossímil, além de mostrar grande talento para montar uma trama envolvente e bem-humorada. Acompanhado por ótimos coadjuvantes, Mulligan mostra ao leitor a realidade de uma cidade onde o mais importante é conhecer as pessoas certas e saber qual mão que deve ser molhada. A Rhode Island de DeSilva é um lugar onde a máfia e o governo se enredam em uma rede explosiva, e muitas vezes cômica, de influências, parentescos e apadrinhamentos. É neste meio, de criminalidade e corrupção crescentes, que Mulligan vive e trabalha. Nesta selva cinza, o repórter conta com a ajuda de velhos amigos para encontrar o responsável pelos incêndios. Enquanto seu novo ajudante parece atrapalhar mais que ajudar, sua namorada dá sinais de que o relacionamento não está mais tão ardente como antes. E, claro, nada acontece da maneira planejada e Mulligan se vê às voltas com um jogo muito mais quente do que o esperado. Bruce DeSilva dedica o seu livro ao escritor e roteirista Ed McBain (responsável pelo argumento de Os pássaros, de Alfred Hitcock). O final eletrizante mostra que o mestre deve estar muito orgulhoso do pupilo. O jornalista, e agora escritor, oferece ao leitor uma diversão de primeira e prova que veio para ficar. Bem-vindo, Liam Mulligan.