Sendo o ideal de ressocialização, argumento tido como ciêntifíco, base de decisões e elemento de manuais jurídicos, esta obra parte da busca de sua origem histórica para, em seguida, demonstrar que, a despeito de desacreditado pela prática prisional, continua sendo ideal utilizado para justificar uma conduta encarceradora cada vez mais irracional. O estudo crítico e empírico da jurisprudência, raro nas ciências jurídicas, serve aqui para demonstrar o quanto o Direito tem perdido de coerência e, consequentemente, de legitimidade, em sua talvez principal função: a comunicação.O leitor encontrára argumentos críticos contra interpretações jurisprudenciais que têm privilegiado a aprisionamento, além de uma análise aprofundada de princípios relativos à aplicação e a à execução da pena, com ênfase nos fundamentos norteadores da Lei de Execução Penal. Institutos como a remição, a progressão de regime e oexame criminológico são (re)interpretados dentro do mais estrito respeito ao princípio da legalidade, em uma defesa de que o preso deve ser considerado, antes de tudo, um cidadão cumprindo uma pena, com as responsabilidades e os direitos inerentes a esse situação. Não esquecendo do pessoal penitenciário, o autor traça um perfil das dificuldades nesse meio que, sem precisar de ideal desfeito pela realidade, ganharia muito se ao menos fossem respeitadas a Constituição Federal e o princípio da dignidade da pessoa humana.