Em Musa Medusa, mulheres reivindicam o poder de contar a sua própria história. Destrinchadas por narrador? Ah, mas por favor!. Alanna Ajzental devolve a voz de suas personagens, deixa que desenrolem o nó da garganta da trama que as envolve, sonoras e sem medo de serem taxadas de loucas, frescas, putas. Em Contato Imediato, a abdução sonâmbula desperta na narradora a retomada do poder de seu próprio corpo abusado pelo marido, censurado pela violência doméstica e médica. Há também a revolta da musa muda pornográfica, que mesmo com palavras de sobra é escalada pro papel sem fala onde boca é buraco. A mulher que conhece a ira do homem feio que se diz vítima das moças que quer destroçar. Em Dúvida de Eva, não há paraíso, apenas a procura de uma saída para um mundo que é corpo estranho dentro da boca. Em Musa Medusa, há o dilema do corpo estranho, algo que precisa ser resolvido, abandonado, posto pra fora. Uma bolinha de metal no braço, um bebê, um marido bolsomito, um croc entre os (...)