À sombra do cipreste é a obra que projetou Menalton Braff no cenário literário brasileiro, no limiar do terceiro milênio. E o grande sucesso deste livro junto ao público e à crítica laureado com o Prêmio Jabuti Livro do Ano, em 2000 foi previsto pelo saudoso Moacyr Scliar, no apaixonado texto que escreveu para a orelha das primeiras edições, publicadas por Galeno Amorim em sua antiga editora, Palavra Mágica: "Não tenham dúvidas os leitores: estamos diante de um notável contista. (...) O que temos aqui é o conto em sua melhor expressão. São textos muito curtos, mas carregados de intensidade dramática: aquelas situações limite em que o ser humano se vê cotejado com sua realidade externa e interna".E, mais adiante: "Realista, Menalton Braff trabalha com personagens tirados do cotidiano, gente que todos nós encontramos na rua, no trabalho, no convívio familiar. Mas estes personagens têm segredos, vivem dilemas. E estes segredos, estes dilemas, constituem-se a matéria-prima da literatura de Menalton Braff". E conclui Moacyr Scliar: "Não é outra a função da grande literatura: através da beleza dos textos, revela-nos a verdade que está oculta em cada pessoa, em todas as pessoas".Hoje a Global Editora orgulha-se de contar com Menalton Braff em seu seleto elenco de escritores, condição em que estreou, em 2010, com o romance Bolero de Ravel. Outras obras inéditas deste que é considerado hoje um dos maiores escritores brasileiros já têm publicação prevista pelo selo Global. Mas a reedição de À sombra do cipreste era exigência de um mercado editorial ávido por títulos que enriquecem a literatura brasileira. 'À sombra do cipreste' traz dezoito contos, onde o autor dissipa temas e personagens saídos do dia a dia, gente que se encontra no trabalho, na rua, entre familiares e amigos mais próximos, que carregam junto de si segredos e dilemas. Os perfis desses personagens e situações servem como base para os textos apresentados na obra. A título de exemplo, temos um dos contos em que Braff exprime a vida de um casal cujo amor se esvaiu, transformando-se em uma simples coisa vazia. Noutro, num texto sem pontuação, ele discorre como o fluxo nervoso de um monólogo, sobre a neurose de um pai de família, em seu dia de folga. Mais do que uma seleção de contos, as histórias desde livro formam um conjunto coerente de temas que expõem uma visão perfeita da vida.