Escrito após a finalização de A idade da Terra (1980), seu último longa-metragem, o livro se compõe de duas partes distintas. Na primeira, Glauber ordena artigos publicados ao longo dos anos anteriores, transcreve debates e retoma entrevistas. Também não falta o célebre artigo "Eztetyka da fome", primeira síntese sobre o cinema novo dirigida aos europeus, apresentado na Retrospectiva do Cinema Latino-Americano, em Gênova, em 1965. A segunda parte é uma reunião de reflexões e notas biográficas escritas em 1980, uma "memória afetiva" que se refere diretamente a personagens da vida cultural da época. Conforme o crítico Inácio Araújo: Revolução do cinema novo não é, afinal, o livro de um santo, mas de um homem. Tem a marca de um dos maiores artistas brasileiros do século XX e também a sua impureza. Quase uma autobiografia de Glauber Rocha, é um livro-chave, enfim, menos para compreender o "novecento" brasileiro do que para mergulhar em seus sonhos, perplexidades, esperanças e frustrações. Com prefácio do autor inédito em livro e artigo de Cacá Diegues escrito à época do cinema novo, a edição é totalmente ilustrada. Os textos passaram por rigorosa revisão e incluiu-se um índice onomástico.