Este livro tem como objetivo central apontar a heterogeneidade no campo das Organizações Não-Governamentais no contexto da democratização brasileira. Numa primeira parte, o livro situa dois processos simultâneos que reconfiguraram as relações entre Estado e sociedade no Brasil, afetando o universo das ONGs e os significados atribuídos a elas: o processo de transição democrática e o processo de ajuste estrutural. Em seguida, o livro aponta as relações das ONGs com três interlocutores-chave para a construção de identidades destes atores: a cooperação internacional, os movimentos sociais e o Estado. Sobre este último, o livro trata de três formas de encontro Estado-ONG: encontros pressão, de prestação de serviço e participativos. Diferente do credo neoliberal de que todas as relações entre governo e ONG promovem a participação significativa dos cidadãos e aprofundam a democracia, conclui-se que apenas alguns tipos de "encontro" alcançam este resultado.