As críticas nietzschianas contra o darwinismo, ou contra aquilo que Nietzsche acredita ser as ideias de Darwin, suas críticas contra o mecanicismo e, como acreditamos, sua rejeição de projetos eugenistas imbricam-se na noção de vida como processo contínuo de autossuperação, em sua tentativa de superação da metafísica e dos conceitos fixos, absolutos e imutáveis. O homem não tem uma natureza a ser atingida, seja ela predeterminada ou com a finalidade de um processo evolutivo. O que Nietzsche pretende é o estímulo das inúmeras potencialidades humanas. Não se quer a seleção de uma característica fixa e determinada, mas de todas, cada uma em seu momento, não amalgamadas em uma só, porém disponibilizadas como inesgotáveis possibilidades.