Em 387, Prisciliano de Ávila era condenado à morte na cidade de Tréveris, por ordem do Imperador Máximo. Acusado de ser praticante de magia, gnóstico e maniqueu, após sua morte o priscilianismo invadiria o Noroeste da Península Ibérica, chamado, então, de Gallaecia. Em 550, Martinho, monge proveniente do Oriente, dos arredores de Roma ou, talvez, da Gália, desembarcaria em Braga juntamente às relíquias de Martinho de Tours para limpar o coração do reino dos suevos da mácula de outra heresia: o arianismo. Escrever História e cultivar a memória cristã: sobre a cristianização da Península Ibérica nos séculos V e VI discute esses eventos cruciais na história da região que seria considerada a mais católica de Portugal. Em suas páginas, pode-se descobrir como, por meio da escrita da História, vinculou-se a identidade da Gallaecia a um homem condenado como herege e cuja memória era celebrada como mártir após sua condenação.[...]