Foucault não se interessava pelas 'superfícies' e sim pelas 'profundezas' dos domínios do saber - lá onde acontecem as rupturas que fazem que, sob as mesmas palavras, se pense de fato em coisas diferentes. Como pôde esse filósofo nada fácil ultrapassar os limites dos 'campi' e exercer tanta influência sobre a sociedade e o pensamento contemporâneos, e levar a que a maioria das discussões sobre os caminhos da psiquiatria, da medicina e das prisões tenham no horizonte a sua obra? Neste livro, Pierre Billouet assume o desafio de apresentar essa obra restituindo sua dinâmica interna (em que todo livro de Foucault é encadeado aos precedentes) e a externa (em que todo livro é encadeado ao mundo e a seu tempo), seguindo a ordem cronológica e fazendo uma longa análise, inclusive da repercussão, de cada um dos principais trabalhos do filósofo em capítulos que funcionam como verdadeiros guias de leitura dos escritos desse autor paradoxal.