Em prefácio à segunda edição de Marx: além do marxismo, José Arthur Giannotti explica a mudança do título, anteriormente chamado de Marx: vida e obra, e fala sobre a importância de ler Marx nos dias atuais. "Minha obsessão em estudar Marx como um clássico sempre esteve ligada ao projeto de examinar suas teses em vista das aberturas teóricas e práticas que propiciam. Nunca as vi como um sistema fechado, até mesmo O capital, sua obra máxima, atira em várias direções, e tenho fortes suspeitas de que não foi por falta de tempo que restou inacabada. [...] 'Marxismo' e 'socialismo' se tornaram palavras equívocas. Enquanto havia estados e partidos que se diziam marxistas, a adesão a ambos tinha, ao menos, um sentido político razoavelmente determinado. Na medida, porém, em que a revolução desaparece do horizonte efetivo da política, que sentido pode ter se assumir como marxista ou socialista? Não somos todos social-democratas nos seus mais variados sentidos? Diante da obra de Marx, sobra apenas tentar pensá-la pela raiz, vale dizer, a partir dela."