A pesquisa evidencia a atualidade do projeto de Mário de Andrade para o patrimônio cultural, notadamente o chamado "patrimônio imaterial" ou "intangível", reconhecido recentemente pelo IPHAN, com o Decreto 3.551 de 4 de agosto de 2000, que criou o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. A concepção de patrimônio e inventário de Mário de Andrade, engendrada no Modernismo (décadas de 1920 e 1930), é resultante de suas viagens pelo interior do país, mas principalmente de sua ação no Departamento de Cultura de São Paulo. Aqui Mário desenvolveu um procedimento de registro do patrimônio não tangível: uma proposta de registro multimídia que orientou o estudo sistemático da cultura brasileira, consubstanciando a Discoteca e o Departamento, lugares de memória nacional. Desta forma, o livro resgata a proposta marioandradina: um novo conceito de patrimônio que constribui social e politicamente para a construção de um acervo de brasilidade - expressão das línguas, festas, rituais, danças, lendas, mitos, músicas e artes gráficas, dos saberes e fazeres diversificados e dos lugares.